Quando recebi o convite para começar a escrever no BdB fiquei muito feliz por dois motivos. Primeiramente, sempre tive vontade de escrever sobre o meu trabalho na área de UX. Compartilhar um espaço junto com as feras que aqui escrevem só tornou esse desejo ainda mais prazeroso. Em segundo lugar, escrever uma coluna de UX num blog com colunas em testes representou (e ainda representa) um desafio interessante tanto do ponto de vista de designer como de colunista.
Antes de mais nada, gostaria de contar um pouco minha trajetória. Trabalhei um pouco mais de três anos com testes de software em projetos para a Motorola. Na época UX e outras siglas bonitas não eram tão conhecidas (pelo menos aqui no Brasil) e o grande boom tinha ocorrido justamente na área de testes. Hoje, a nova moda é falar de arquitetura de informação, usabilidade, acessibilidade e mais um monte de “ades” que permeiam os blogs, revistas e conversas de TI. É verdade que uma área – testes, no caso – não tem a mesma abordagem da outra – UX – mas, até que ponto as duas são diferentes ou iguais entre si?

A princípio elas não se encontram seja quando falamos de disciplinas, métodos ou técnicas mas, se começarmos a pensar, vemos que ambas existem para melhorar a qualidade e entregar um produto final melhor. Ainda mais, quando falamos de User Acceptance Testing estamos na verdade mesclando elementos das duas áreas. Na abordagem do UAT temos um ou mais indivíduos validam o sistema com requisitos do usuário que como podemos imaginar, não necessariamente coincidem com os requisitos do sistema. Normalmente eles avaliam aspectos não-funcionais que podem ser muitas vezes desconhecidos por parte dos testadores. O UAT normalmente funciona como uma verificação final em um ambiente e com condições mais próximas do que os usuários finais utilizarão e por isso, é colocado como uma das fases finais do processo de testes. É importante ter em mente que esse tipo de testes foca mais em detalhes e do que em erros mais graves (erros esses que devem ser capturados em fases anteriores de testes).

Em resumo, é importante termos em mente de que normalmente uma atividade que aparentemente não tem correlação com uma outra área pode influenciar não somente o jeito de se trabalhar, como também o tipo de artefato que geramos ou técnicas que utilizamos. As vezes, podemos aprender mais com alguém que aparentemente não tem nada a compartilhar conosco do que nosso colega da mesa ao lado.