Em time que está ganhando não se mexe

Ao longo dos meus, ainda curtos, cinco anos de experiência numa empresa projetizada, felizmente, posso afirmar que tive a oportunidade de trabalhar com diversas equipes extremamente competentes tecnicamente. Porém, facilmente consigo destacar algumas, que além da qualidade técnica possuíam uma sinergia de trabalho natural, a qual permitia um melhor desenrolar das atividades.

Por dentro da Cabeça de Steve Jobs

Enquanto lia o livro “A cabeça de Steve Jobs”, escrito por Leander Kahney, o qual recomendo a todos que trabalham com TI ou que se interessam pelos produtos desenvolvidos pela Apple, diversos trechos chamaram minha atenção.  Logo nos primeiros capítulos o autor descreve o sucesso da Pixar e como ela se difere da forma tradicional de criar filmes em Hollywood. E o seguinte trecho me chamou a atenção, pois o pude relacionar diretamente com as minhas experiências pessoais.

 “O problema do modelo de Hollywood é que geralmente no dia em que você termina a produção é que você percebe que finalmente descobriu o jeito de trabalharem juntos”,

disse Randy S. Nelson, reitor da Universidade Pixar

 Já, a Pixar, o autor descreve que trabalha de maneira oposta:

“Os diretores, os roteiristas e a equipe técnica são todos empregados assalariados com grandes concessões de opção de compra de ações. Os filmes da Pixar podem ter diferentes diretores, mas em todos eles a equipe básica de escritores, diretores e animadores é a mesma, trabalhando como empregados da companhia.”

Podemos dizer que o mesmo cenário se repete na indústria de software. Durante cada projeto, a equipe se desenvolve (tecnicamente e pessoalmente), porém ao final do mesmo esse time é desfeito e todo o aprendizado que poderia ser potencializado é desperdiçado. Cada integrante, leva consigo os aprendizados, porém, nem todos poderão ser aplicados para a nova equipe.

Em outro trecho do livro, o autor destaca também a forma de trabalhar da equipe de designers da Apple, extremamente premiados e reconhecidos por sua competência. Jonathan Ive, líder da equipe traduz a forma de trabalho da seguinte maneira:

Mantendo uma equipe central pequena e investindo significativamente em ferramentas e processos, podemos trabalhar com um nível de colaboração que parece particularmente raro”, disse Ive

Ive diz que a equipe, pequena e íntima, é crucial para a criatividade e a produtividade.

Os benefícios de trabalhar com equipes pequenas, já podemos perceber ao seguir os conceitos do Scrum e das metodologias ágeis. Equipe íntima, ou seja, onde as pessoas se conhecem e confiam nas habilidades dos demais integrantes. E assim, talvez, conseguir criar um ambiente colaborativo que permita a criação de produtos de sucesso.

Então, será que não deveríamos refletir um pouco mais sobre essas afirmações? Acredito que manter, ao menos, a base das equipes que conseguem atingir um padrão de excelência parece sim ser uma boa alternativa e que pode trazer bons frutos para as empresas projetizadas. Vai mexer nesse time? E vocês o que acham? Em time que está ganhando não se mexe?

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