O avanço das técnicas computacionais vem motivando a indústria automotiva a praticamente reinventar os seus produtos, fazendo com que os carros de hoje em dia sejam, de fato, um aglomerado de sistemas de computação se comunicando e tomando decisões que, em certos casos, chegam a ser superiores às intenções dos motoristas.
Para se ter noção da quantidade de computação presente em um carro nos dias de hoje, considere os seguintes dados: Um jato F-35 contém aproximadamente 6 milhões de linhas de código; um 787 Dreamliner, 7 milhões. Já um Mercedes-Benz classe S, aproximadamente 20 milhões de linhas de código. Em 2009, a Frost & Sullivan estimou que em um futuro não muito distante, os carros chegarão a 300 milhões de linhas de código.
Quais as implicações de tanta computação em um automóvel? Uma das principais, obviamente, é o custo de produçao. O Dr. Manfred Broy, professor de Ciência da Computação da TU Munique, e mentor para assuntos computacionais de uma renomada marca automotiva alemã, estima que o custo com software e eletrônicos em um carro chega a ser responsável por ate 40% do custo de um automóvel. Nos proximos sete anos, essa porcentagem deve chegar a até 80%. Levando em conta que a hora de profissionais de software nao é nem um pouco barata nos dias atuais (Good for us! :-)), espera-se que a contínua necessidade desses profissionais no desenvolvimento de carros eleve ainda mais os preços destes num futuro próximo. No contexto brasileiro, isso implica em carros ainda mais caros. Dai vê-se a necessidade de um ajuste na política de preços no setor automotivo brasileiro.
Diante desse cenário, os grandes nomes da computação têm voltado a atenção para o mercado automotivo: Microsoft firmando acordo com Toyota, a Google e seu Google Car, IBM, e até a Apple sonha sonhou em se aventurar no mercado automotivo com o utópico iCar.
Gostaria de compartilhar algumas experiências pessoais sobre os desafios no dia-a-dia no ambiente de desenvolvimento em algumas indústrias automotivas. Mas isso é assunto para outro post.
Aos interessados, recomendo a leitura do artigo This Car Runs on Code de Rober N. Charette, fonte primária das informações desse post.