Na indústria de software estamos habituados a ideia de que todo software possui defeitos e que pouco podemos fazer para mudar isso. No vídeo a seguir, de apenas 9 minutos, Jeff McKenna, co-fundador do Scrum apresenta uma visão radical: um mundo sem bugs no software. O vídeo foi extraído de seu próximo livro “Conscious Software Development.”
O vídeo é excelente e nos faz pensar principalmente na atitude em relação aos bugs que temos em nossos projetos. Segundo Jeff, não basta corrigirmos os defeitos encontrados precisamos entendê-los e aprender com eles, só assim construiremos sistemas SEM defeitos.
Assista ao vídeo. Em seguida, destaco os principais pontos abordados por McKenna.
“Temos sistemas de gerenciamento de defeitos, realizamos triagens, mas será que em algum momento pensamos sobre o que eles são? ou como surgiram? como fazer para não surgirem mais?”
Segundo Jeff, temos sido muito complacentes com os defeitos, acreditamos que existem muitos, e que os mesmo são parte de todos os sistemas. Porém, o autor não acredita nisso e nos convida a imaginar um mundo SEM bugs de software.
“Podemos atingir números bem menores do que as pessoas consideram razoável, e isso pode ser feito de maneira simples”
McKenna indica que, a simples conscientização a respeito dos bugs já possibilita imensos ganhos. Precisamos entender porquê eles estão presentes e agir para evitar novas falhas.
Como diminuir a quantidade de bugs?
– Reduzir o tempo entre a introdução de um bug e sua correção
A medida leva em conta o momento no qual o bug foi introduzido no sistema e não o momento em que o mesmo foi detectado. Para isso é necessário utilizar as ferramentas de controle de código, assim, após identificado o motivo do defeito podermos voltar versões do código e identificar o momento em que ele ocorreu.
“Olhando para o exato momento em que o erro aconteceu podemos aprender a escrever menos bugs. Porque esse é o verdadeiro objetivo.”
O objetivo não é encontrar mais bugs e a função dos analistas de qualidade não se resume a isso.
“Classificação e triagem de feitos são uma perda de tempo, em termos de aprendizado sobre como escrever menos bugs”
Segundo McKenna, pouco importa a severidade do defeito e suas características, pois geralmente o critério de correção está diretamente ligado a questões de negócio, como a importância de um determinado cliente. Logo, se estamos tentando aprender a escrever menos bugs, não há diferença entre os mesmos, sejam eles de alta ou baixa prioridade todos são comportamentos não esperados do sistema.
“Corrigir os defeitos era a atividade de maior prioridade”
Jeff, exemplificou suas recomendações com as seguintes práticas executada em um de seus projetos:
1- Sempre que um bug surgisse, a primeira pessoa que estivesse livre passaria a trabalhar no defeito. Onde, um profissional era considerado livre quando terminava a tarefa que estava executando no momento. Bugs possuem prioridade mais alta, que todas as demais tarefas ainda não realizadas. Desse modo, no máximo em alguns dias o defeito era analisado.
2 – Corrigir e entender o problema. A mais alta prioridade era a correção do defeito, associado a criação de novos testes automáticos. Porém, o mais importante é você falar porquê aquele bug estava lá, a razão do mesmo ter ocorrido.
“O que queremos fazer é encontrar o bug o quanto antes para que possamos consertá-lo o mais cedo possível e provar o aprendizado”
Para McKenna, temos o prazo máximo de até 6 meses da introdução de um defeito, para podermos aprender algo através de sua correção, após isso a oportunidade de aprendizado terá sido desperdiçada.
“O objetivo real é escrever software SEM defeitos.”
E para atingir esse objetivo, a principal característica que temos que desenvolver é a de olhar sempre para frente. Se ficamos sempre olhando para trás 6 meses, 1 ano, analisando um código que não vemos a muito tempo, isso literalmente é perda de tempo. Então, o que queremos fazer é olhar para frente a todo o momento e ter a atitude de ZERO defeitos.
“Um bug é algo que você esmaga imediatamente.”
Ao eliminar rapidamente os bugs encontrados acabaremos com tarefas, como a priorização de defeitos. Afinal, a quantidade de bugs pendentes será sempre pequena e desse modo o foco poderá ser maior no que está sendo construído.
Este é um vídeo para ser visto diversas vezes, e se conseguirmos absorver sua ideia central, penso que, poderemos melhorar ainda mais nossos processos e principalmente nossa atitude.
Conheci esse vídeo primeiramente no Software Testing Club, uma excelente fonte de informações para testadores, com bons textos e vídeos sobre a área. Espero que tenham gostado.
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