Ao meu ver existem dois pontos relativos a privacidade pessoal na web que devem ser levados em consideração:
- Nós estamos escancarando cada vez mais nossas informações na internet (principalmente através das redes sociais). Nossos dados, opiniões, relações, fotos, desejos, gostos, etc! Está tudo nos facebooks, twitters, youtubes, google+, amazon (suas compras e seus hábitos de compras), etc. Essa informação é facilmente encontrada por qualquer um, e ela por si só já é perigosa. Precisamos ter muito cuidado.
- Mas adianta ter cuidado?? Até as coisas que não abrimos para o mundo todo, como nossos emails ou nossas conversas via voz no skype, estão sendo (podem ser) devidamente analisadas e acompanhadas por entidades superiores. E o que nós podemos fazer diante disso? No momento nada…
O ponto 1 acima é algo que precisamos aprender a conviver e aprender com tempo. Mas o ponto 2, é algo inadmissível que precisa ser mudado e precisamos criar formas na web onde não fiquemos nas mãos desses “magnatas da informação”. Recentemente essa questão de espionagem atingiu a mídia do mundo inteiro com o caso Snowden. Recentes relatos mostram como essas “magnatas da informação” ajudam (e podem ajudar) o governo dos EUA a espionarem e bisbilhotarem a privacidade alheia. Microsoft (outlook e skype), Google (principalmente youtube e gmail), etc são somente alguns exemplos de “magnatas” que tem “nossas vidas” nas mãos deles.
E agora? O que fazer?
Minha previsão sobre isso tudo é que, a longo prazo, essas magnatas vão modificar a forma como implementam seus serviços para uma forma mais “descentralizada” da informação (aonde as empresas magnatas não terão poder e domínio sobre todas as informações). Mas isso é uma coisa difícil de acreditar e ainda mais difícil de checar se é realmente acontece o que as magnatas dizem que acontece.
Então a possibilidade mais tangível ao meu ver (uma vez que as pessoas amadureçam como usuários da internet) é que vamos gradativamente parar de utilizar serviços e sistemas dessas magnatas e migrar para soluções descentralizadas que serão mais seguras (apesar de não serem lá tão maduras ou bonitas como as soluções das magnatas). Esses serviços e soluções provavelmente usarão tecnologia P2P (peer-to-peer), ou algo mais avançado que ainda não conhecemos. Soluções aonde a informação seja descentralizada e seja de todos, regulamentada e protegida por todos, ao invés de somente por uma empresa “dona” dos dados. Soluções assim já são realidade hoje em dia, e um exemplo muito bom é o do BitCoin (leia aqui se você não conhece o bitcoin).
A outra possibilidade é comprar máquinas de escrever ao invés de usar computadores 🙂 A Rússia já está fazendo isso para produção de documentos confidenciais (veja aqui isso)
Temos que lembrar que a humanidade toda é um bebê no mundo da web, e precisamos começar a amadurecer, crescer, abrir os olhos e parar de engatinhar… Caso contrário, temos que continuar aceitando calados os pontos 1 e 2 que citei acima.
Eu diria que, para gente com mais informação e recursos como nós, na verdade só não nos livramos dessa invasão de privacidade por conveniência.
Seu ponto 1 é quase todo voluntário, pode-se perfeitamente deixar de fazer parte dessas redes, compartilhar coisas com seu nome verdadeiro, etc., como você mesmo fez com o facebook.
E sobre o ponto 2, ainda mais para alguém da informática, ter seus próprios servidores (email, cloud, etc.) em casa não é nem tão complicado, nem tão caro – só não é tão conveniente. Só para serviços como skype as alternativas usuais (telefone) são realmente caras e piores.
Oi Jefferson, concordo que o ponto 1 é todo voluntário, por isso que fiz a dinstição entre esses dois pontos.
No entanto, sobre o ponto 2, eu acho inviável e instável você ter um servidor de email em casa (sem contar que é muito INSEGURO). Basta uma queda de energia, ou um problema na sua internet, que você pode perder emails importantes.
Pelo menos um colega do instituto adota essa solução (servidor em casa) há anos sem problemas. Entendo que um problema de conectividade possa impedir a entrega de um email importante, mas em geral os servidores tentam enviar algumas vezes antes de desistir, não?
Uma opção menos extrema é usar os servidores públicos, mas não deixar seus emails lá por mais tempo que o necessário – baixar todos para sua casa deletando do servidor. Isso é simples e já um nível de segurança um pouco maior. (Eu mesmo não adoto isso, mas consideraria a ideia.)