Esses dias estive refletindo bastante sobre como deve se portar um líder de equipe diante das mais diferentes situações. Qual deve ser a postura de um líder criativo? Deve ser inspirador ou deve focar em mostrar que possui a situação sobre controle?
Decidi procurar referências em livros e uma amiga me indicou um bastante interessante. Se chama “The Leader’s Guide to Lateral Thinkin Skills“. O livro faz um paralelo bastante interessante sobre como se porta um líder clássico e um líder que está preocupado com inovação e com a disseminação do pensamento criativo. Dentre as principais diferenças entre esses dois tipos de líderes, vou citar algumas que me chamaram a atenção.
Líder clássico: Dirige, desprende maior tempo em questões operacionais do dia-a-dia do que em novas estratégias, dá a direção e as ordens, desmerece idéias e iniciativas sem prévia análise, fechado à críticas, etc…
Líder criativo: Inspira, desprender maior tempo à procura de novas estratégias e parceiros, faz perguntas, pede sugestões e delega, encoraja todos tipos de iniciativas e frequentemente implementa idéias, encoraja críticas construtivas, etc…
Posto isto, fica evidente que o líder criativo possui um perfil mais vanguardista e está mais inclinado a aceitar e lidar melhor com os riscos chegando ao patamar onde o risco torna-se um aliado à inovação. O resultado desse relacionamento tão peculiar com os riscos (lembrando aqui a importância de ter a maioria deles sobre controle e identificados), o líder criativo aposta pela quebra de regras para promover a inovação dentro da sua equipe. Pra algumas pessoas, esse tema não é novidade, principalmente quem mergulhou de fato no mundo das metodologias ágeis, mas eu acho que é uma temática que deve ser sempre reiterada e que é crucial nos projetos em que se deseja inovar.
A partir da quebra de regras de um negócio foi que se conseguiu um maior nível de inovação em determinado setor. Um bom exercício para tal é tentar identificar todas as regras intrínsecas ao seu modelo de negócio. Após haver mapeado um número razoável, pondere quais das regras parecem ser descartáveis e tente jogar com esse modelo retirando-a do contexto. Um bom exemplo para tal foi executado pela Heinz, a fabricante de ketchups. Enquanto a maioria dos molhos de tomate da concorrência nos EUA possuíam uma consistência mais líquida, o molho Heinz era mais espesso e exigia que o usuário tivesse que bater no fundo da lata pra conseguir extrair o conteúdo da embalagem. Havendo identificado essa particularidade, ao invés de mudar a fórmula do seu molho, a Heinz decidiu investir em uma estratégia de marketing onde se definia que o bom molho de tomate era o espesso. A campanha foi um sucesso e a Heinz hoje é uma das líderes no setor.
Existem N outros exemplos onde a quebra de regras foi crucial para a inovação. Será que vocês arriscam dar mais alguns exemplos? Como funciona o jogo de regras na sua equipe? Comenta aí!
Liderar é uma tarefa muito difícil você precisa estar preparado para assumir os riscos e ser flexível o suficiente para questionar sem parecer inseguro, a maior parte dos lideres são do perfil clássico, porém em minha opinião um bom líder é aquele que se envolve o que é realmente a referencia.
Reflexões:
“Conte-me e eu esqueço. Mostre-me e eu apenas me lembro. Envolva-me e eu compreendo.” (Confúcio).
“Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono.” (Marquês de Vauvenargues).
“A função da liderança é produzir mais líderes, não mais seguidores” (Ralph Nade).
Pois é Juarez. Liderar não é uma tarefa fácil e nesse mundo vanguardista que nós estamos vivendo e com tanta quebra de paradigma, fica bastante complicado. O importante é sempre ter em mente que os processos estão aí para serem otimizados e nos ajudarem a atingir nossas metas. Boas citações! =)
Muito bom o post Marcelo! Acho que liderança é um assunto muito interessante pois cada equipe/projeto é um mundo diferente, e portanto, requer uma abordagem diferenciada por parte da liderança!
Queria deixar um link muito interessante que vi sobre um mapeamento de categorias de equipes SCRUM e como um líder deveria tocar seu projeto/equipe de forma a evoluir sempre.
http://5whys.com/blog/the-3-maturity-stages-of-a-software-team-and-how-scrum-fails.html
Parabens pelo post!
“a Heinz decidiu investir em uma estratégia de marketing onde se definia que o bom molho de tomate era o espesso”
Ou seja, eles se valeram de uma mentira para enganar o consumidor deliberadamente e esta conduta que está sendo enaltecida no texto. É isso?
Caro Leitor,
Acho que aqui cabe entender o contexto do post juntamente com o caso que usei para exemplificar. O fato do molho ser bom ou ruim, na verdade, não estava ligado a ele ser mais espesso ou mais liquefeito. Diante de uma realidade do mercado e da diferença do produto Heinz para o da concorrência, eles decidiram investir no diferencial e quebrar o paradigma. Afinal de contas, quem disse que o melhor molho é o mais ralo? Vamos investir então em quebrar a regra e dizer que o bom é o mais espesso. Foi uma grande sacada e os tornou líderes.
Espero ter deixado claro.
Um trecho expondo mais extensivamente a história: http://books.google.com.br/books?id=ktvrR0CIKV4C&ots=6TDcthbr_C&pg=PA37. Inicia no item “From food service[…]”
A escolha do consumidor foi o de consistência mais líquida e preço menor. A empresa contratou uma agência para cuidar da imagem, pois eles não tinham condições financeiras para investir em novo maquinário. A ideia foi disseminar de que o produto mais espesso era de melhor qualidade. Não encontrei no texto haver pesquisas fundamentando esta característica.
Ao final do texto, o autor afirma que alguns acreditam que foi um meio de iludir o consumidor e outros acreditam que foi uma boa estratégia de marketing. Eu fico com as duas. 🙂 Mas condeno a prática. Inclusive, vejo a mesma prática sendo realizada com produtos dito fitoterápicos.
O consumidor escolheu o mais líquefeito. Eles criaram a falácia de que o mais espesso é melhor.
PS: muitas vezes eu compro Heinz quando encontro no supermercado. 🙂
PPS: acho que fugi do assunto central apresentado no post 🙂